Os Malmequeres
Acompanhem, à luz de Apolo, permitida por ele e pelo Senhor da Esfera, a beleza dos malmequeres que a Prima Vera recebeu do mano Inverno.
A beleza dos malmequeres, existe também na música
Tenho caminhado por entre os tais malmequeres mentirosos e confirmei uma certeza que já tinha.
Os malmequeres podem mentir-nos sempre que lhes apetece quando lhes arrancamos as pétalas, mas não metem quando nos olham, quando são eles a nos observarem.
Eles imitam, muito bem, a redonda face, longínqua, do meu amigo Apolo, quando sorriem com aquele ciclo amarelo no centro e esticam as suas pétalas brancas à procura do infinito.
Caminhando entre eles, acompanhado por aquelas revoadas emanadas da energia partilhada por um dos meus companheiros de caminhadas, Eolo, eles sempre vão dançando o vira e revira de um vira tão eufórico como a beleza natural que me apresentam.
Mas também são chatos! Fundamentalmente, quando nesse vira-revira, se juntam numa luta colectiva contra a minha já tão dessiminada grande fama de paparasi reconhecida por todas as flores de vales e cabeços às margens do Tejo.
Imaginem as teimosias do Ventor e dos malmequeres, quando o meu amigo Eolo se pretende divertir connosco. Só vendo! E calculem os shows que eu e os malmequeres já temos dado com essas teimosias. Coelhos e perdizes, pássaros e escaravelhos, minhocas e gafanhotos, ... humanos e tantos outros, se divertem connosco. E imaginem que nunca tenho a tentaçãso de disputar o jogo do "bem me quer", "mal me quer", com as suas pétalas.
Pensei escrever aqui algo sobre esta linda flor, mas desisti, tal a complexidade botânica, emaranhada em géneros e espécies sem fim, levou-me a pensar, por que motivo tornar tão complexo uma flor tâo simples e tão bonita e, ... ainda por cima, nos quer bem!
Fiquem só com os malmequeres. Esqueçam os milhares de espécies, de géneros, de ....