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Rádio Ventor

É uma rádio de sonhos, uma Via Láctea de sons

Rádio Ventor

É uma rádio de sonhos, uma Via Láctea de sons

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Esta era a figura que o Pilantras fazia quando vivíamos na Amadora. Entre eu e ele estava uma porta. Eu ouvia música, sentado numa cadeira e, de máquina na mão, click! Quando eu lhe tirei a foto ele terá pensado: "tu e o Quico deviam ser uns belos malucos pela música"! Pois, ele agora, está outro doidinho!


Tentei concentrar as minhas playlists na Rádio Ventor para ouvi-las, na Televisão, sempre que me apetecer. Por isso, acho melhor que estejam concentradinhas para não ter de andar sempre a procurá-las.


As primeiras músicas escolhidas pelo Ventor

Músicas escolhidas por mim e pelo Pilantras Pilantras

Algumas das minhas músicas que me recordam África

Também ouço música quando faço as minhas Caminhadas de Sonhos

As músicas fazem parte da minha Grande Caminhada

Também nunca me abandonam as músicas que foram do Quico

Há momentos que me fazem decidir pelas Músicas Favoritas

Mas eu e o Quico, fizemos uma Lista no Youtube

Também tenho sido um assíduo ouvinte de André Rieu

Mas um dos complementos das minhas noites são as minhas Músicas de Sonhos

Ao mesmo tempo faço a partilha dos meus gostos pessoais pelas músicas que me tem sido permitido usar via Youtube.

Tudo isto a pedido do meu Pilantras que me dise que eu não percebia nada disto. Se queria ouvir as músicas e ver os vídeos, na Televisão, o melhor era concentrá-las todas num poste. Aqui estão elas, para mim, para o Pilantras para a nossa Dona e para quem quiser ouvi-las.


17.08.05

Nijinsky


Ventor

 

 

Hoje a minha Rádio vai falar-vos de uma das minhas histórias da música. Assim tipo palestra sobre alguém cuja história me marcou. Eu ainda vi a preto e branco algumas danças de Nijinsky aquele a quem ouvi chamar de dançarino voador. Por isso me lembrei de vos falar dele.

Nijinsky - o Deus da Dança

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Este homem fundou Moscovo

Em 1967, tinha uma colega de trabalho, numa Direcção da Força Aérea, que andava a tirar um curso para poder concorrer, à então chamada Emissora Nacional. Desse curso, constava a História da Música! Hoje nem do nome dela me recordo e trabalhámos mais de 8 meses juntos! Eu sabia quais eram as lições dela e a seguir, ia ao Centro Cultural Americano e levantava livros a condizer com as suas lições, cheios de fotos a valer e como todos sabem, uma imagem vale por mil palavras.

 

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Nijinsky, ajudou a fundir a alma russa

Ela ficava doida a estudar tanto. Sonhava vir um dia a integrar os quadros da EN, e, quando se agarrava àquele trabalho extraordinário, eu já sabia tudo o que ela ia estudar! Perguntava-me onde eu tinha as fontes da minha aprendizagem e tive de lhe dizer onde era a minha fonte! Hoje sei, sem sombra de dúvidas, que ali, no CCA foi onde tive a minha principal grande Faculdade e digo-o sem vergonha! Nós não tínhamos nada ou então tínhamos muito pouco e o pouco que havia era quase sem interesse!

Por isso, hoje, muitos anos depois, ainda penso que a grande parte da minha pouca ou muita cultura, conforme os azimutes de cada um, é devida às gentes do Grande Império!

Hoje, recordando esses tempos, deixo-vos aqui a história, para mim, do maior bailarino que sempre existiu! Apesar de sempre o ter visto a preto e branco! Vaslav Nijinsky (O Novo Deus da Dança), nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 1890. Já os seus pais tinham sido dançarinos célebres, tendo o seu pai sido famoso pela sua virtuosidade e dar saltos enormes. Os Nijinskys tinham a sua própria companhia de dança e trabalhavam através do império russo.

 

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A dança de Nijinsky foi um monumento à grandeza da Rússia

 ... O pequeno Nijinsky passou quase toda a sua infância no Cáucaso, onde ia dançando com o seu irmão Stanislav e sua tia Bronislawa, e o pai sabendo da sua propensão para a dança, deu-lhe as primeiras lições.

Aos nove anos, Nijinsky entrou para a Escola Imperial de Dança, em São Petersburgo, onde os seus primeiros professores descobriram o seu talento para a dança. Aos 16 anos quiseram dar-lhe a graduação que lhe permitiria entrar no Teatro Mariinsky, mas ele declinou preferindo concluir o período normal de estudos. Nesta altura ele já tinha sido apodado como a oitava maravilha do Mundo e o Vestris do Norte!

Durante os seus anos de estudo ele apareceu no Teatro Mariinsky, primeiro como membro do corpo de ballet e mais tarde como pequena parte interessante. Em Julho de 1907, juntou-se ao Teatro Marinsky como solista. A sua primeira presença foi no ballet, La Source, com a bailarina russa Júlia Sedova como parceira e o público irrompeu imediatamente num entusiasmo selvagem.

Como nobre dançarino ele dançou todas as partes nobres do Teatro Mariinsky e também no Teatro Bolshoi, em Moscovo, onde ele foi um convidado especial. O seu sucesso foi fenomenal!

Em 1909 Sergei Diaghilev, o primeiro assistente do administrador do Teatro Imperial, foi convidado pelo grão-duque Vladimir a organizar uma Companhia de Ballet com os membros dos teatros Mariinsky e Bolshoi; podemos chamar-lhe uma fusão. Diaghilev decidiu levar a companhia a Paris na primavera e convidou Nijinsky a juntar-se-lhe, como dançarino principal. A sua primeira actuação foi em 17 Maio, de 1909 no Teatro du Chatelet.

Nijinsky alcançou Paris como uma tempestade. Diz-se que a expressão e a beleza do seu corpo, a sua leveza como uma pena e firme como o aço, a sua grande elevação e o incrível dom de se elevar e parecer permanecer no ar, bem como a sua extraordinária virtuosidade e acção dramática, fez dele um génio do Ballet!

Em 1912, Nijinsky começou a sua carreira como coreógrafo e criou para os Ballets Russos de Diaghilev, os ballets, L'Aprés-midi d'un Faune, A Sacração da Primavera”e Till Eulenspiegel, este já produzido nos Estados Unidos sem a supervisão pessoal de Diaghilev.

O seu trabalho foi considerado audaz e original. Em 1919, com 29 anos, Nijinsky retirou do palco em consequência de um colapso nervoso, que foi diagnosticado como esquisofrenia. Viveu desde 1919 a 1950, na Suissa, França e Inglaterra, tendo morrido em Londres, em 1950 e foi enterrado perto de Auguste Vestris, no cemitério de Montmartre, em Paris.

 

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Ele tinha o coração, em França

São estas as voltas da vida de Nijinsky. Nascido na mãe russia onde se tornou o mais brilhante graduado da Escola do Teatro Imperial e onde foi famoso pelos seus saltos e caracterizações, acabou por viver, morrer e ser enterrado na Europa da Liberdade.

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A sorte não quis nada com Nijinsky, mas apesar de ter morrido em Londres, quis que fosse a França (sua pátria da liberdade) a recebê-lo no seu seio.


O Ventor gosta de música e de instrumentos musicais e, entre eles, um dos mais apreciados é a gaita galega, como dizíamos em Adrão, 50 anos atrás